segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Uma coroa branca de chuva para a respiração do vento.
Tudo se move por conta própria.
Para brutal vos adorar, ó ondas de salgada branca espuma, eu vos caço num estado de óbvia distração.
A moça de cabeleireira laranja vence o monstro marinho, molhada de orvalho e luar.
A casa branca do aedo Brüggemann.
A porta para o paraíso não é de ouro mas de luz.
O coração branco de Lucana.
Lenta a experiência dos poços profundos.
Escutar o tango poeirento na vitrola marinha.
À noite ciprestes me acordam.
A solitude do barqueiro Caronte.
Aquelas quilas águas trans ou aquelas águas tranqüilas.

O sorriso de Billie Holiday.

A cantora de ópera.
A música acordou.
As ânforas milagrosas de Eurídice.
Os domingos que passei sob as águas do mar.
Inscrições rupestres no pulmão do catador de conchas.
O monge Ka shi atira o avião de papel no vento.
Berimbau para Dorival Caymmi.
O capitão Gancho foge da picada do escorpião.
O chifre afrodisíaco do rinoceronte de Albrecht Dürer.
Fred Astaire tenta uns passos de tango.
Olhos de peixe à sombra da xícara.
O mar apinhado de veleiros visto da varanda.
Oriki a Oxum com asas de pássaro.
O piano aquático de Duke Ellington.
Tempestade em Siracusa enquanto eu bebo chá.
O binóculo do Mister Magoo.
As tardes verdes que curam feridas.